Basilio Muhate, historia de mocambique, Inteligencia dos Moçambicanos, Literatura Moçambicana, Moçambique, Samora Machel

​DISCURSO PROFERIDO PELO DOUTOR EDUARDO CHIVAMBO MONDLANE, PRIMEIRO PRESIDENTE DA FRELIMO, NA SESSÃO DE ABERTURA DO I CONGRESSO DA FRELIMO 

Dar-es-Salaam, 23 de Setembro de 1962

FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) nasceu da fusão de três movimentos (MANU, UNAMI e UDENAMO). Esse processo foi antecedido de reuniões e consultas entre os vários actores então envolvidos. Como resultado desses encontros, foi criada uma comissão constitutiva para a formação de um único movimento. A comissão, composta por Marcelino dos Santos, Pascoal Mocumbi, João Munguambe, Feliciano Gundana, trabalhou e organizou a primeira reunião que culminou com a formação da Frente de Libertação de Moçambique – FRELIMO, em 25 de Junho de 1962. Após a criação, os militantes deste movimento decidiram organizar o primeiro Congresso, órgão máximo do movimento, para definir os objectivos, os programas e as acções concretas para que todos os Moçambicanos que aderissem ao movimento libertador os assumissem com coragem e determinação . Assim, o primeiro Congresso da FRELIMO realizou-se em Dar-es-Salam, entre 23 e 28 de Setembro de 1962, no “Arnotorgh Hall”. Estiveram presentes 80 delegados e 500 observadores . Entre os convidados estavam duas figuras de alto nível da TANU e do Governo de Tanganhica que fizeram discursos de encorajamento e de prontidão do povo tanzaniano na procura do caminho para a Independência de Moçambique. Tratou-se do então Vice-Presidente Rashidi Nfaume Kawawa e de Oskar Kambona, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional .

Na abertura do Congresso, o Presidente da FRELIMO, Doutor Eduardo Chivambo Mondlane, proferiu o seguinte discurso:

Compatriotas Moçambicanos, irmãos Moçambicanos.

Sentimos um grande prazer por, mais uma vez, vos ver reunidos nesta sala. Estivestes aqui presentes ontem, feriado, e depois de um longo dia de intenso trabalho, eis que nos vemos novamente.

A vossa presença compatriotas, constitui, em si uma prova indiscutível do interesse que tendes pela árdua luta contra o colonialismo. Mostra ainda que nenhuma circunstância, por mais difícil que ela seja, vos impedirá de continuar a lutar.

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Educação em Moçambique

Ano lectivo 2017 em Moçambique: investir na qualidade de ensino

Sob o lema “Por Uma Educação de Qualidade Rumo ao Desenvolvimento Humano” iniciaram hoje as aulas em Moçambique, o ano lectivo 2017 para o ensino de nível primário e secundário geral e técnico-profissional, e logo a seguir no ensino superior. O primeiro dia de aulas é um momento particularmente importante para os alunos e encarregados de educação, principalmente para aqueles meninos que vão à escola pela primeira vez.

Já desde os primeiros dias do ano 2017 saltam à vista algumas preocupações ligadas a escassez de professores para fazer face a demanda, a insuficiência de infraestruturas de educação, a questão da qualidade de ensino em Moçambique, a exiguidade de meios materiais e financeiros, a falta de carteiras que faz com que milhares de meninos moçambicanos continuem a estudar durante anos sentados no chão, a gestão e distribuição do livro escolar e várias questões e desafios ligados ao professor moçambicano e ao seu desempenho.

Uma outra preocupação que nunca quer calar é o consumo de bebidas alcoólicas e drogas em estabelecimentos de ensino e/ou arredores por estudantes e professores. É preciso que estes se abstenham do consumo desses produtos nocivos para a saúde e ao crescimento e desenvolvimento humano. Isto as vezes pode se associar à violência tal como no caso do esfaqueamento de um estudante na Escola Secundária Josina Machel   o que não é nada saudável para a o nosso sistema de educação. Estas preocupações impõem desafios de melhoria contínua no sector da Educação.

Aos cerca de 6.9 milhões de alunos inscritos neste ano lectivo de 2017 nos cerca de 13.250 estabelecimentos de ensino existentes em #Moçambique exige-se muito empenho de todos, alunos, gestores escolares, pais e professores – estes últimos que os chamou de principal activo do processo de ensino, tal como foi referido na abertura do ano lectivo pelo Presidente da República Filipe Jacinto Nyusi, na província de Gaza,  que igualmente encorajou reformas positivas no ensino.

O desafio da qualidade de ensino envolve muitos recursos humanos, materiais e financeiros, envolve muito trabalho e determinação e envolve acima de tudo toda a sociedade em geral, desde as famílias Moçambicanas, que são a célula base da sociedade. É em casa junto à família onde começa todo o processo de melhoria da qualidade de educação de uma nação, sendo que os valores morais, culturais e sociais forjam-se no meio familiar, no meio doméstico. A escola complementa todo o esforço feito na família, a célula base da sociedade.

O direito à educação em Moçambique está salvaguardado pela lei e sempre foi uma prioridade nacional, desde os primórdios da independência nacional, com o Presidente Samora Machel a liderar um amplo movimento de promoção da educação para todos, incluindo a alfabetização de adultos e o grande movimento do “8 de Março” que tinha como objectivo formar Moçambicanos em várias matérias usando o potencial humano existente na altura.

Vão os meus votos de um próspero ano lectivo de 2017

Basilio Muhate

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Juventude

OJM 39 anos depois: Assumir a responsabilidade 

A Organização da Juventude Moçambicana (OJM), fundada a 29 de Novembro de 1977 celebra hoje o seu trigésimo nono aniversário. Vão os meus votos de sucessos a todos meus amigos e companheiros da nossa Jota, que continuemos a consolidar a nossa FRELIMO

A fotografia acima ilustra parte da geração dos jovens pioneiros da OJM, sob liderança de Zacarias Kupela, ao lado do fundador da OJM o Presidente Samora Machel, líder que continua a inspirar à juventude Moçambicana.

Depois da sua fundação em 1977 até aos nossos dias, a OJM tem estado a promover a educação patriótica à Juventude Moçambicana e a exercer cidadania activa, por isso vale a pena também deixar o meu reconhecimento aos percusores e ativistas da Jota onde dentre vários destaco os seus maiores servidores, nomeadamente Zacarias Kupela, Leonardo Candeeiro, Gaspar Sitoe (em memória), José Patrício (em memória), Pedro Cossa e Mety Gôndola.

Para muitas mulheres e homens outrora jovens e activistas, como Alcinda de Abreu Mondlane, Edson Macuácua, Cidália Chauque Oliveira, Suzete Dança a minha vênia. O país é feito de memória mas também de braços trabalhadores. Por mais céticos que alguns queiram ser, deverão ao fim do dia, querer satisfazer as necessidades básicas: alimentação, vestuário, trabalho. A verdade é que não existe nenhum cético assumido que não reconheça a sua obrigação de trabalhar para, pelo menos satisfzer essas necessidades báscias. Por causa disso e por reconhecer essas premências, considero que os céticos são cínicos ao mesmo tempo, por instilarem nas massas e na juventude o vício da paralesia e da letargia, do nada-mais-há-a-fazer, do apontar do dedo e ficar-se por ai.

Nós jovens devemos ter sempre em mente que a excitação pelo cetisimo e pelo atirar-pela-janela-fora da esperança, são armas extremamente mortíferas, quais autênticas bombas atómicas. Porque se nós não fizermos algo em prol do nosso país e das organizações nas quais estamos inseridos, alguem o fará: e irão comprometer o futuro de toda nação, com a introdução no poder de cavalos de troia.

Estejamos vigilantes, trabalhadores e criticos superadores. 

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Samora Machel

Samora Machel inspira a juventude Moçambicana

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O 19 de Outubro remete-nos para os longínquos mas também tão próximos 30 anos atrás, quando em 1986 o avião presidencial Tupolev despenhou em Mbuzini, África do Sul matando o então Presidente da República Popular de Moçambique, Samora Moisés Machel e parte da sua comitiva.

Grande percursor do movimento associativo juvenil no Moçambique independente e mesmo antes disso, grande mobilizador popular e dirigente inspirador, Samora é hoje referência para a juventude moçambicana – a seiva da nação – pelos princípios e ideias que advogava.

Samora Machel continua a inspirar muitos cidadãos moçambicanos, africanos e do mundo em, desde Desmond Tutu, Nelson Mandela, Ronald Reagan, Margareth Thatcher, Thomas Sankara ou Sekou Touré, só para recordar algumas sumidades do mundo, até a mais nova criança moçambicana capaz de balbuciar as primeiras palavras.

Foi sua iniciativa quando a 29 de Novembro de 1977, fundou a Organização da Juventude Moçambicana (OJM). Ali surgiam os primeiros líderes juvenis do Moçambique pós-independência,  dentre os quais destaco Zacarias Kupela, Paulo Ivo Garrido, Alcinda de Abreu, Gabriel Pereira, Nuromomad Hassamo, António Alfredo Cuna, Arnaldo Paris, Beleza Fernandes, Andira Hamela.

Não há sombra de dúvida em relação ao impulso que Samora Machel deu à juventude daquela época em que liderou os destinos da nação. Hoje, a então liderança juvenil constitui o baluarte da sabedoria do país e fonte da sustentabilidade do partido de que sou membro.

O mundo rendeu-se e rende-se a figura de Samora Moisés Machel dados os valores que em nós todos incutiu e moldou a nossa forma de ser Frelimo: espírito de entrega, de sacrifício, de trabalho e da solidariedade. Por várias vezes, Samora disse que um verdadeiro patriota devia ser «primeiro no sacrifício e último no benefício».

O rico e inspirador legado do Presidente Samora Moisés Machel deve constituir para nós viventes, de fonte de inspiração para que as novas gerações, de quem se espera um contributo muito grande para levar de vencida a pobreza absoluta, possam cumprir com o seu dever patriótico nesse sentido.

Inspirados em Samora Machel forjaram-se vários líderes em Moçambique, nas mais variadas áreas do nosso quotidiano, pessoas honestas, íntegras, trabalhadoras, corajosas e determinadas nas causas que advogam.

A juventude moçambicana tem o desafio de imortalizar a vida e obra do Presidente Samora Moisés Machel, possa se entregar no estudo científico da sua obra e a sua consequente publicação e divulgação.

Samora Machel Vive! Salvé.

Basílio Muhate

 

 

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